Chamava-se Jacintha, e não era bonita; mas tinha a voz melodiosa e os modos fagueiros. Sabia ler e escrever; começava a aprender musica. Trouxe o piano comsigo, o methodo e alguns exercicios; não pôde trazer o professor, porque o tio entendeu que era melhor ir praticando o que aprendera, e um dia... mais tarde... Onze annos, doze annos, treze annos, cada anno que passava era mais um vinculo que atava o velho solteirão á filha adoptiva, e vice-versa. Aos treze, Jacintha mandava na casa; aos dezesete era verdadeira dona. Não abusou do dominio; era naturalmente modesta, frugal, poupada.
— Um anjo! dizia o Falcão ao Chico Borges.
Este Chico Borges tinha quarenta annos, e era dono de um trapiche. Ia jogar com o Falcão, á noite. Jacintha assistia ás partidas. Tinha então dezoito annos; não era mais bonita, mas diziam todos «que estava enfeitando muito.» Era pequenina, e o trapicheiro adorava as mulheres pequeninas. Corresponderam-se, o namoro fez-se paixão.
— Vamos a ellas, dizia o Chico Borges ao entrar, pouco depois de ave-marias.
As cartas eram o chapéu de sol dos dous namorados. Não jogavam a dinheiro; mas o Falcão tinha