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Página:Historias sem data.djvu/224

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começou a crer que, assim como a perdeu, estando ausente, assim o outro, ausente, podia tambem perdel-a; e, provavelmente, ella não lhe jurára nada.

— Brincando, brincando, é noite, disse Genoveva.

Com effeito, a noite ia cahindo rapidamente. Já não podiam ver o hospital dos Lazaros e mal distinguiam a ilha dos Melões; as mesmas lanchas e canôas, postas em secco, defronte da casa, confundiam-se com a terra e o lodo da praia. Genoveva accendeu uma vela. Depois foi sentar-se na soleira da porta e pediu-lhe que contasse alguma cousa das terras por onde andara. Deolindo recusou a principio; disse que se ia embora, levantou-se e deu alguns passos na sala. Mas o demonio da esperança mordia e babujava o coração do pobre diabo, e elle voltou a sentar-se, para dizer duas ou tres anecdotas de bordo. Genoveva escutava com attenção. Interrompidos por uma mulher da visinhança, que alli veiu, Genoveva fel-a sentar-se tambem para ouvir «as bonitas historias que o Sr. Deolindo estava contando». Não houve outra apresentação. A grande dama que prolonga a vigilia para concluir a leitura de um livro ou de um capitulo, não vive mais intimamente a vida dos personagens do que a antiga amante do marujo vivia as scenas que elle ia contando, tão livremente