de voarem uma atraz da outra, ora á direita, ora á esquerda, ora abaixo, ora acima, tambem não dá a razão do desvio, visto que nunca as borboletas voaram, em linha recta, como simples militares.
— O entendimento, dizia o velho, o entendimento, segundo eu já expliquei...
Raymundo olhou para Caetaninha, e achou-a olhando para elle. Um e outro pareciam confusos e acanhados. Ella foi a primeira que baixou os olhos ao regaço. Depois, levantou-os, afim de os levar a outra parte, mais remota, o muro da chacara; na passagem como os de Raymundo ali estivessem, ella encarou-os o mais rapidamente que pôde. Felizmente, o muro apresentava um expectaculo que a encheu de admiração: um casal de andorinhas (era o dia dos casaes) saltitava n'elle, com a graça peculiar ás pessoas aladas. Saltitavam piando, dizendo cousas uma á outra, o que quer que fosse, talvez isto— que era bem bom não haver philosophia nos muros das chacaras. Se não quando, uma d'ellas voou, provavelmente a dama, e a outra, naturalmente o garção, não se deixou ficar atraz: esticou as azas e seguiu o mesmo caminho. Caetaninha desceu os olhos á gramma do chão.
Quando a licção acabou, d'ahi a alguns minutos,