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A MORTE DE HELENA
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E, quando despertou daquelle doce encanto,
Conheceu que morria e, cheia de pavor,
Supplicou a Jesus, por seu martyrio santo,
Que a deixasse na terra ao pé de seu amor.

«Mas, sei que parto sempre» accrescentou chorando.
«Mostrou-se-me da crença o doloroso véo...
Minha mãe vem commigo, a noite vai chegando
E eu talvez possa errar o caminho do Céo!»

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E nesta mesma noite, escura, tenebrosa,
Deixou a doce Helena a terra, pobre goivo!
Mas tinha para ungir-lhe a campa lutuosa
Uma prece de mãe e as lagrimas do noivo.

Angicos — 1896.