Não quero, flor de minh’alma,
Linda esperança em botão...
O dia não é que acalma
As mágoas do coração.
Quando a dor em fúria brusca
Lhe vem magoar o seio,
A treva da noite busca
Para chorar sem receio.
E a minha noite mais pura
No teu cabelo é que eu vejo;
Esqueço toda a amargura
Se a tua cabeça beijo!
E agora, santa, avalia
Que pena teria eu
Se chegasse a ver um dia
O teu cabelo, Maria,
Da cor dos astros do céu!
Nova Cruz - Novembro - 1897.
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