O pranto é que apaga o brilho
Dos olhos de quem padece:
À mãe, quando perde um filho,
No olhar o brilho fenece.
E tu, mimosa criança,
Pomba adorada e franzina,
Em cujo seio a Esperança
Canta a canção mais divina;
Por que procuras o espinho
Da dor que fere, atormenta,
Se o teu sorriso é um ninho
Que a graça eterna acalenta?
Da mágoa o triste segredo
Vens penetrar sem rebuço...
Ah! queres saber bem cedo
Quanto nos custa um soluço!
Ó anjo! foge da dor,
Procura o sol do conforto...
Ajoelha sobre o Tabor,
Não venhas rezar no Horto.
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