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Página:Horto (1910).djvu/211

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AO PE’ DE UM BERÇO
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E a Mãe do Céo, nos espaços
Deixando de luz um trilho,
Traz o filhinho nos braços
Para beijar-te, meu filho!

Recebe o carinho amigo
E pede ao rei do Universo
Que fique a sonhar comtigo,
Dormindo no mesmo berço.

As duas mães, n′um sorriso,
Sobre o ninho velarão...
E eu direi ao Paraiso,
Baixinho no coração:

Qual dos dois mais luz encerra,
Envoltos no mesmo véo:
O filho da mãe da terra?
O filho da mãe do Céo?

Dorme, bonina nevada,
Emquanto eu velo a cantar;
Guia-me á patria adorada,
O’doce estrella do Mar!

Dorme e não chores, creança!
A Lua do Céo sorri —
Na vida sem esperança
Eu hei de chorar por ti.