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Página:Horto (1910).djvu/253

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Eu quisera saber o seu segredo:
      Devia ser tão lindo!
Depois, ruflando as asas amarelas,
Iam embora... E eu, triste e sozinha,
      Olhava para as belas
Ramagens, onde eles mansamente
      Pousavam à tardinha.

A viração, gemendo docemente,
Vinha beijar as avezinhas puras.

Terminaram, porém, tantas venturas:
      Morreu um passarinho
      Ficou deserto o ninho!

O outro partiu... Não sei onde foi ter;
Talvez bem longe, para, então, morrer,
      Em triste soledade.
      E o meu olhar dorido
Seguiu a ave, pelo pavor ferido.
      Ficava uma saudade!

E murmurei comigo entristecida:
      Ó asa aventureira!
Levas toda a paixão de minha vida,
      Levas minh’alma inteira!