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Página:Horto (1910).djvu/65

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AO CLARÃO DA LUA
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A LUA

Ah! quem me dera ser uma estrella!

A NUVEM

O lirio branco, cheio de orvalho,
Invoca a lua no seu martyrio
E doce e triste treme no galho...

A ESTRELLA

Ah ! quem me dera ser como o lirio!

O CÉO

Perfume doce boia nos ares...
Virá nas azas de um vagalume?
Será da terra? Será dos mares?

O ORVALHO

Ah! quem me dera ser o perfume!

O POETA

Terno instrumento suspira ao longe
N’uma cadencia melodiosa...
Será na cella piedoso monge?

UMA CREANÇA (sonhando)

Ah! quem me dera ser uma rosa!