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HORTO
Minh’alma, casta rôla abandonada,
Desfallece sosinha pela estrada
Não pode mais voar...
Empresta-lhe, anjo bom, as tuas azas:
Sinto estalar-me o coração em brazas
Cançado de chorar.
Assim voando pelo espaço em fóra
E vendo-te a meu lado a toda a hora,
Quero — fugindo d’este mundo agreste
Unida ao seio teu,
Embalada por ti, anjo celeste! —
Buscar meu ninho pelo azul do Céo!
1894.