Página:Innocencia (1872).djvu/150

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—Ora, Sr., e eu que me esqueci!... Não faz mal... se ela não teve febre... Ah! espere... agora me lembro!... Eu lho dei... estou ainda tonto de sono.

Riu-se Pereira.

—Estes doutores matam a gente, como se tosse cachorro sem dono... Num momento, lhes passa da cachola se deram ou não mezinhas e venenos a cristãos. ..

Vendo que Meyer saíra da sala, mudou repentinamente de tom prosseguindo em voz baixa e muito rapidamente:

—Então, sabe que o tal alamão levou todo o dia, só querendo puxar conversa sobre a menina?

—Deveras?

—É o que lhe digo... E... eu com as mãos atadas por aquele oferecimento de levá-lo a comer lá dentro!... Nada, nem que desconfie e se arrenegue dos meus modos... não me pisa em quarto de família... Deus te livre! ...

Com efeito, à hora da ceia, Meyer manifestou surpresa de comer na mesma sala; não que tivesse motivo para desejar outro qualquer local; mas, metódico como era, gravara na mente a promessa de Pereira e, por delicadeza, supunha dever lembrar-lha.

As desculpas que o mineiro apresentou foram arranjadas de momento e ajudadas vitoriosamente por Cirino, carregando este com a responsabilidade de haver recomendado à enferma muito sossego, quase completa solidão.

De modo muito expansivo se manifestou também o reconhecimento de Pereira.