—Assim é, mas deixe estar; depois do leite de jaracatiá, volta-lhe a apetência. Nos primeiros tempos, o senhor só há de beber claras de ovos bem batidas. Depois, ira a pouco e pouco tomando mais alimento.
—Deus o ouça...
Levantou-se Pereira e, chegando-se à porta, anunciou:
—Aí vem gente... Estou ouvindo passos de animal montado... Sem dúvida e algum pobre engorovinhado de doença. Isto de moléstias, não faltam no mundo. Também há tanta maldade, que não pudera ser por menos.
Depois de ligeira pausa, acrescentou em tom de surpresa e aborrecimento.
—Hi! meu Deus!... Nossa Senhora nos socorra... Sabem quem vem chegando?... É o Garcia; está com o mal! há mais de dois anos e não quer crer na desgraça... Pobre coitado, sem dúvida vem comprar o desengano... Tenho muita pena dessa gente... mas, deveras, não a quero ver em minha casa... Vamos, Sr. doutor, despache o Garcia depressa. Com lázaros não se brinca. A Senhora Sant'Ana de tal nos livre! Nem olhar é bom.
E, Pereira, voltando-se para dentro, pediu apressadamente:
—Não deixe o homem desapear, doutor: ficava-me depois o desgosto de ter que lhe fazer alguma má-criação.