Página:Innocencia (1872).djvu/186

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—Oh! interrompeu a sertaneja com singeleza, então eu amo...

—Você? indagou Cirino sofregamente.

—Se é como... mecê diz...

—É é... eu lhe juro!...

—Então... eu amo, confirmou Inocência.

—E a quem?... Diga: a quem? Houve uma pausa, e a custo retrucou ela ladeando a questão:

—A quem me ama.

—Ah! exclamou o jovem, então é a mim... é a mim, com certeza, porque ninguém neste mundo, ninguém, ouviu? é capaz de amá-la como eu... Nem seu pai... nem sua mãe, se viva fosse... Deixe falar seu coração... Se quer ver-me fora deste mundo... diga que não sou eu, diga!...

—E como ia mecê morrer? atalhou ela com receio.

—Não falta pau para me enforcar, nem água para me afogar.

—Deus nos livre! não fale nisso... Mas, por que é que mecê gosta tanto de mim? Mecê não é meu parente, nem primo, longe que seja, nem conhecido sequer... Eu lhe vi apenas pouco tempo... e tanto se agradou de mim?

—E com você... não sucede o mesmo? perguntou Cirino.

—Comigo?

—Sim, com você... Por que é que está acordada a estas horas? Por que é que não pode dormir?... que a cama lhe parece um braseiro, como a mim também parece?... Por que