todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos
Através da atmosfera enublada mal pode então coar a luz do sol. A incineração é completa, o calor intenso, e nos ares revoltos volitam palhinhas carboretadas, detritos, argueiros e grânulos de carvão que redemoinham, sobem, descem e se emaranham nos sorvedouros e adelgaçadas trombas, caprichosamente formadas pelas aragens, ao embaterem umas de encontro às outras.
Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas.
É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho intimo de espantosa atividade. Transborda a vida. Não há ponto em que não brote o capim, em que não desabrochem rebentões com o olhar sôfrego de quem espreita azada ocasião para buscar a liberdade, despedaçando as prisões de penosa clausura.
Aquela instantânea ressurreição nada, nada pode pôr peias.
Basta uma noite, para que formosa alfombra verde, verde-claro, verde-gaio, acetinado, cabra todas as tristezas de há pouco. Aprimoram-se depois os esforços; rompem as flores do campo que desabotoam as carícias da brisa as delicadas corolas e lhe entregam as primícias dos seus cândidos perfumes.
Se falham essas chuvas vivificadoras, então, por muitos e muitos meses, aí ficam aquelas campinas, devastadas pelo fogo, lugubremente iluminadas por avermelhados clarões,