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Página:Innocencia (1872).djvu/99

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febre? perguntou Cirino muito baixinho.

—Não sei, foi a resposta, e resposta demorada.

—Deixe-me ver o seu pulso.

E tomando-lhe a mão, apertou-a com ardor entre as suas, retendo-a, apesar dos ligeiros esforços que para retrair, empregou ela por vezes.

Nisto, entrou Pereira. Inocência fechou com presteza os olhos e Cirino voltou-se rapidamente, levando um dedo aos lábios para recomendar silêncio.

—Está dormindo, avisou com voz sumida.

—Ora, disse Pereira no mesmo tom, a tal Maria Conga deixou entornar a cafeteira, de maneiras que precisei fazer outra porção. Demorei muito?

—Não, respondeu Cirino com toda a sinceridade.

—Mas agora, observou Pereira, é mister acordar a pequerrucha.

—Não há outro remédio.

Chegou-se o pai à cama e, com todo o carinho, chamou: Nocência! Nocência! E como não a visse despertar logo, sacudiu-a com brandura até que ela abrisse uns olhos espantados.

—Apre! Que sono! disse o bondoso velho. Num instante que fui lá dentro?!... Vamos, são horas de tomar a mezinha.

Deitara Cirino sulfato de quinina no café e diluía-o vagarosamente.

—Olhe, dona, aconselhou ele, beba de um só trago e chupe, logo depois, uns gomos de limão-doce.

—Então é muito mau? choramingou a doente.