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Página:Inspirações do Claustro.djvu/57

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De mim as tribos bárbaras, indômitas,
De mim o verbo do evangelho ouviram.
E ergui a cruz nos píncaros dos montes,
E após o verbo os povos me seguiram!
 
Eu disse às tribos: — Todas vós sois ricas, —
Que o ouro e a prata o solo vosso esmalta.
Sois ricas tribos, — mas não sois felizes,
Porque uma crença de um só Deus vos falta.
 
E eu dei às tribos uma crença doce,
Qual uma chuva de maná celeste:
E as tribos foram desde então felizes,
Qual flor pomposa que os jardins reveste.
 
E quando os reis da terra se esqueceram
Das tribos dadas a seu cetro forte,
Eu levantei-me, e disse aos reis da terra,
— O povo geme: transmudai-lhe a sorte.—
 
Eternos templos eu ergui sozinho,
Eternos como a duração da terra.
E sozinho sagrei altares tantos
Ao Deus que aos ímpios c'o trovão aterra.
 
Eu dei às tribos uma crença doce,
Eu levantei alcáceres eternos.
Deram-me os homens prescrição e morte,
Deram-me em premio as fezes dos infernos.