Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/129

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Outras vezes não era a Jererahú que a levava sua vontade, mas do oposto lado, a Sapiranga, cujas aguas inflammavão os olhos. A' cerca d'ahi havia um bosque frondoso de muritys, que formavão no meio do taboleiro uma grande ilha de formosas palmeiras. Iracema gostava do Murityapuá, onde o vento suspirava docemente; ali espolpava ella o vermelho coco, para fabricar a bebida refrigerante, endossada com o mel da abelha, que os guerreiros amavão durante a maior calma do dia.

Uma manhã Poty guiou Martim á caça. Caminharão para uma serra, que se levanta ao lado da outra do Maranguab sua irmã. O alto cabeço se curva a semelhança do bico adunco da arara; pelo que os guerreiros a chamarão Aratanha. Elles subirão pela encosta da Guaiuba por onde as aguas descem para o valle, e forão até o corrego habitado pelas pacas.

Só havia sol no bico da arara, quando os caçadores descerão de Pacatuba ao taboleiro. De longe virão Iracema, que viera espera los a margem de sua lagoa da Porangaba. Caminhaou para elles com o passo altivo da garça que