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do Camocim, e afinal pisão as lindas ribeiras da enseada dos papagaios.

Poty manda um guerreiro ao grande Jacaúna e se prepara para o combate. Martim, que subiu ao morro de areia, conhece que o maracatim vem recolher no seio do mar; e avisa seu irmão.

O sol já nasceu; os guerreiros guaraciabas e os tupinambás seus amigos, correm sobre as ondas nas ligeiras pirogas e pojão na praia. Já formão o grande arco, e avanção como o cardume do peixe quando corta a correnteza do rio.

No centro estão os guerreiros do fogo, que trazem o raio; nas asas os guerreiros do Mearim que brandem o tacape.

Mas nação alguma jamais vibrou o arco certeiro, como a grande nação pytiguara; e Poty é o maior chefe, de quantos chefes empunharão a inubia guerreira. Ao seu lado caminha o irmão, tão grande chefe como elle, e sabedor das manhas da raça branca dos cabellos do sol.

Durante a noite os Pytiguaras fincão na praia a forte caiçara de espinho, e levantão contra ella um muro de areia, onde o rio esfria e se apaga.