Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/68

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O guerreiro christão scismava, elle não podia crer que o Deus dos Tabajaras désse a seu sacerdote tamanho poder.

Araken percebendo o que passava n'alma do estrangeiro, Araken acendeu o cachimbo e travou do maracá:

— E' tempo de applacar as iras de Tupan, e calar a voz do trovão.

Disse e partio da cabana.

Iracema achegou-se então do mancebo; levava os labios em riso, os olhos em jubilo:

— O coração de Iracema está como o abati n'água do rio. Ninguem fará mal ao guerreiro branco na cabana de Araken.

— Arreda-te do ennemigo, virgem dos Tabajaras; respondeu o estrangeiro com aspereza de voz.

Voltando brusco para o lado opposto, furtou o semblante aos olhos ternos e queixosos da virgem.

— Que fez Iracema, para que o guerreiro branco desvie seus olhos della, como si fora o verme da terra?

As fallas da virgem resoarão docemente no coração de Martim. Assim resoão os murmurios