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Andão os homens com guerras,
Ao Mundo pondo em motim,
Despovoadas as terras,
Ficão só brutos nas serras
Para as guerras terem fim.
Cada qual para si quer
Hum Mundo posto a seu geito,
Padeça quem padecer,
Jà se enjôão de viver
Neste, que foi por Deos feito.
Querem os homens d’agora
Novas Leis, novos costumes,
Novidades de hora a hora,
São huns dentro, outros por fóra,
Ardem de inveja, e ciûmes.
Muitos por fartos que sejão,
Faltando-lhes paciencia;
O bem da vida praguejão,
Que só buscão, e desejão
Acabar com a existencia.
O que matar-se procura,
He hum rematado louco,
Pois nem vê por desventura,
Que a vida da creatura
Custa muito, e dura pouco.
