Página:Lendas do Sul (Lopes Neto, 1913).pdf/26

Wikisource, a biblioteca livre

No cruzar uma picada,
Meu cavalo relinchou,
Dei de rédea para a esquerda,
E o meu boi me atropelou!

Nos tentos levava um laço
De vinte e cinco rodilhas.
P’ra laçar o boi barroso
Lá no alto das coxilhas!

Mas o mato carrasquento
Onde o boi ’stava embretado,
Não quis usar o meu laço
P’ra não vê-lo retalhado

E mandei fazer um laço
Da casca do jacaré,
P’ra laçar meu boi barroso
Num redomão pangaré.
“E mandei fazer um laço
Do couro da jacutinga,
P’ra laçar meu boi barroso
Lá no passo da restinga.

E mandei fazer um laço
Do couro da capivara
P’ra laçar meu boi barroso
Nem que fosso à meia-cara;
“Este era um laço de sorte,
Pois quebrou do boi a balda”...
...............
...............

No tranquito ia, cantando, e pensando na sua pobreza, no atraso das suas cousas.

No atraso das suas cousas, desde o dia em que topou — cara à cara! — com o Caipora num