Fernando, a quem este ultimo golpe lançava de novo na sua habitual perplexidade.
“... A adultera:—proseguiu Fr. Roy acabando a phrase, porque ainda a devia, e era escrupuloso e pontual do desempenho do seu ministerio.
“Beguino!—atalhou D. Leonor com voz trémula de raiva—melhor fôra que nunca essa palavra te houvesse passado pela bôca; porque talvez um dia ella seja fatal para os que a tiverem proferido.”
“Mas que faremos!?—murmurou elrei com gesto d’indizivel agonia.
“Havia ainda ha pouco tres expedientes,—respondeu D. Leonor, recobrando apparente serenidade—combater, ceder, fugir. O primeiro é já impossível; o segundo!... Porque não o acceitas, Fernando? Prestes estou para tudo. Não me verás mais, ainda que, longe de ti, por certo estalarei de dor. Cede á força: os teus vassallos o querem; que-lo o teu povo. Esquece-te para sempre de mim!”
“Esquecer-me de ti? Não te vêr mais? Nunca! Obedecer á força? Quem ha ahi que ouse dizer ao rei de Portugal:—rei de Portugal, obedece á força?—Os peões de Lisboa?! Porque sou manso na paz, não crêem que a minha espada no campo de batalha córte arnezes