que, venho revelar-te como se prepara a ruina do teu throno, e a destruição da tua dynastia.”
“A ruina do meu throno?—gritou Abdur-r-rahman pondo-se em pé e levando a mão ao punho da espada.—Quem, a não ser algum louco, imagina que o throno dos Beni-Umeyyas póde, não digo desconjunctar-se, mas apenas vacilar debaixo dos pés de Abdu-r-rahman? Quando, porém, falarás enfim claro, Al-muulin?”
E a colera e o despeito faiscavam-lhe nos olhos. Com a sua habitual impassibilidade o fakih proseguiu:
“Esqueces-te, kalifa, da tua reputação de prudencia e longanimidade. Pelo propheta! Deixa divagar um velho tonto como eu ... Não!... Tens razão ... Basta! O raio que fulmina o cedro desce rapido do céu. Quero ser como elle ... Amanhan a estas horas o teu filho Abdallah ter-te-ha já privado da corôa para a cingir na propria fronte, e o teu successor Al-hakem terá perecido sob um punhal d’assassino. Ainda te encolerisas? Foi acaso demasiado extensa a minha narrativa?”
“Infame!—exclamou Abdu-r-rahman—Hypocrita, que me tens enganado! Tu ousas calumniar o meu Abdallah? Sangue! Sangue ha-de correr, mas é o teu. Crias que com essas