a voz, e estendia os punhos cerrados para Abdu-r-rahman, cravando nelle os olhos reluzentes e desvairados. O velho monarcha tinha os seus abertos, e parecia tambem olhar para elle, mas perfeitamente tranquillo. A quem houvesse presenciado aquella tremenda scena não seria facil dizer qual dos dous tinha mais horrendo gesto.
Era um cadaver o que estava diante de Umeyya: o que estava diante do cadaver era a expressão mais energica da atrocidade de coração vingativo.
“Oh, se não ouviria as minhas derradeiras palavras!...”—murmurou o fakih depois de ter conhecido que o kalifa estava morto. Poz-se depois a scismar largo espaço: as lagrymas rolavam-lhe a quatro e quatro pelas faces rugosas.—“Um anno mais de tormentos, e ficava satisfeito!—exclamou por fim.—Podéra eu dilatar-lhe a vida!”
Dirigiu-se então para a porta, abriu-a de par em par e bateu as palmas. Os eunuchos, as mulheres, e o proprio Al-hakem, inquieto pelo estado de seu pae, precipitaram-se no aposento. Al-muulin parou no limiar da porta, voltou-se para traz, e com voz lenta e grave disse:
“Orae ao propheta pelo repouso do kalifa.”