nunca a pôr mãos violentas na pobre Leonor Telles.”
“Prouvera a Deus que eu mentisse hoje! Seria a primeira vez na minha vida:—replicou o ichacorvos com ar contrito.—Mas ouvi com meus ouvidos a ordem para o feito e a promessa da execução, haverá tres credos, na taberna de Folco Taca.”
“Miseraveis!—bradou erguendo-se tambem elrei, a quem o risco da sua amante restituira por um momento a energia.—Miseraveis! Querem sobre a cerviz o jugo de ferro de meu pae? Te-lo-hão. Quem ousa ordenar tal cousa?”
“Diogo Lopes Pacheco, do vosso conselho, o disse ao alfaiate Fernão Vasques, o coudel dos revoltosos, e vosso irmão D. Diniz estava tambem com elles:”—respondeu Fr. Roy.
O beguino era o espia mais sincero e imperturbavel de todo o mundo.
“Velho assassino!—exclamou D. Fernando—cubriste de luto eterno o coração do pae! Queres cubrir o do filho. E tu, Diniz, que eu amei tanto, tambem entre os meus inimigos! Leonor, que faremos para te salvar?! Aconselha-me tu, que eu quasi que enlouqueci!”
O pobre e irresoluto monarcha cobriu o rosto com as mãos, arquejando violentamente. D. Leonor,