o seu rebanho espiritual estava assentada na falda de um monte, e pouco inferior a ella dilatava-se uma veiga, que ao longe, lá bastante ao longe, ía bater no mar. No alto da povoação ficava o presbyterio. Era a igreja, segundo hoje se me affigura (e tenho-a bem presente) daquelle gosto duvidoso entre a architectura christan que expirava, e a da restauração romana, que ainda se não comprehendia: era um desses templosinhos construidos nos fins do reinado de D. Manuel e durante o de D. João III, de que tão grande numero resta ainda pelas parochias de Portugal, e que são mais um argumento de que os nobres conquistadores da India, donatarios das terras e padroeiros das igrejas, não voltavam do oriente com as mãos vazias. A devoção nesses tempos era um objecto de luxo: edificar uma igreja ou uma capella equivalia a ter hoje um camarote em S. Carlos, ou um cocheiro com estrigas de linho na cabeça e chapeu triangular.
A portada da igreja, de arco tricentrico firmado em pilares polystylos de meio relevo, era o mais claro testemunho da idade provecta do presbyterio. A residencia parochial, originariamente do mesmo estylo, estava já civilisada: uma porta rectangular substituíra a antiga. Esquadriadas estavam tambem as duas janellas do