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Página:Lendas e Narrativas - Tomo II.djvu/189

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geraram as romarias, as festas, e logo as feiras e todo esse franco e alegre folgar das multidões, que voltam de lá contentes, sem tedio e sem remorsos, o que nem sempre nos acontece nos nossos prazeres das cidades, a que bem longe estamos de associar nenhum pensamento de Deus.

Alguns economistas destes tempos dizem—­“as feiras vão-se”—­como certos doutores de ha uns annos diziam, alludindo ao christianismo —­“os deuses vão-se.”—­Oh semsaborões de meus peccados! Nem os deuses, nem as feiras se vão! Tudo isso fica, porque o abriga e salva a egide encantada do amor popular: vós é que tendes seguro o passardes; e se fizerdes o vosso ablativo de viagem n’alguma aldeia como a do meu padre prior, lá do adro, onde haveis de jazer, alevantae a caveira descarnada, no dia de S. Pantaleão, ou do sancto influente do logar, qualquer que elle seja, e vereis o foguete subir aos ares, e os Manueis e as Bernardinas de então a feirarem-vos em rebemdita sobre as cinzas, que as ventanias terão espalhado, e ouvireis o ramram da guitarra, e o cantar ao desafio, e o bradar dos leilões de cargos, e aviventar-vos-ha o olfacto o cheiro do incenso, involto em rolos de fumo, que, espalmando-se nas faces dos gordos cherubins