a França, e isto por duas razões urgentissimas; a primeira, porque nenhuma outra embarcação havia no porto de Saint-Hélier com destino immediato para a costa fronteira: a segunda, porque o preço da passagem era apenas uma libra esterlina, e uma libra esterlina era o folego maior que podia saír da bôca das nossas bolsas, cuja phtysica pulmonar ia já no ultimo periodo. Tendo-nos, portanto, ajustado com o marinheiro que capitaneava o outro marinheiro, e havendo mettido a bordo os nossos bahus, que, pelo leve e desempedido, podiam servir-nos de botes de salvação em caso de naufragio, saímos da caldeira de Saint-Hélier com uma brisa forte da terra, que brevemente nos arremessou para o largo. Era muito depois do meio dia. Algumas nuvens brancas do lado do poente recortavam as suas franjas irregulares sobre o chão do céu, que a luz do sol tornava de um azul desbotado. Raras e diaphanas, aquellas nuvenzinhas balouçavam-se no ar, ao que parecia, mais voluptuariamente do que nós, que sentiamos arfar, pinchando d’entre as vagas crespas, o nosso pequeno baixel. Pouco a pouco esses vapores accumulados, cujos contornos occidentaes barravam orlas de ouro, engrossaram, tomando fórmas determinadas. Depois, correndo gradualmente mais rapidas, e interpondo-se
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