lembrarem os ratões de que semelhante conselho já é uma queixa.
Que diabo de felicidade é então essa, que os casados aconselham a todos os seus amigos solteiros que a evitem? Será isso egoísmo na ventura, ou falso vexame de confessar a própria desgraça?
Não, a razão é outra. Quereis saber, contraditórios casados, por que assim falais do casamento? É porque nele sois ao mesmo tempo felizes e infelizes — felizes na vossa amizade; infelizes no vosso amor.
E sois infelizes no vosso amor, simplesmente porque sois desiludidos.
Olhai o casamento entre a gente do campo. Por que razão o camponês é mais feliz no casamento do que a gente civilizada da cidade? É que lá na roça quando o João da Horta vai casar com a Joana dos Porcos já lhe conhece a medida justa da cintura, e já lhe viu os pés descalços, as unhas sujas e a cabeça despenteada; e ela vai sabendo já qual o verdadeiro cheiro que ele tem, e quais são os defeitos e as boas qualidades que o acompanham.
São antes do matrimônio o que são depois —