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Página:Livro de uma sogra.djvu/20

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— Coitada!... repetiu ele, com um novo suspiro. — Já não existe... ah! infelizmente já não existe!

Recuei aterrado; senti o sangue gelar-se-me nas veias. Que estava eu ouvindo, meu Deus? que estava dizendo o mísero rapaz? Oh! agora já não havia a menor dúvida — era um caso perdido!

— Regenerou-se afinal!... interroguei-lhe, fingindo sangue frio, e sem me aproximar muito desta vez.

— Não zombes, meu amigo! A memória de minha sogra é hoje para mim tão sagrada, ou mais, do que a memória de minha própria mãe!...

— Mas, espera! quantas sogras então tiveste tu?... perguntei-lhe, receando também já um pouco pelo meu juízo.

— Uma só.

— E essa, a que te referes agora, é aquela mesma, a célebre? aquele terror, aquela moléstia, aquele mal que te roía a existência? aquele diabo, a quem devias o implacável inferno em que te vi espernear de desespero?...

— A mesma, Leão. Simplesmente eu, nesse tempo, era injusto...