o ar de Virgílio também me constrangia: ele não tinha nessa ocasião as suas maneiras simples, o seu ar franco e simpático de bom rapaz; estava até esquerdo, desajeitado, procurando disfarçar o seu invencível embaraço.
A verdade é que nos sentíamos corridos e vexados, comparecendo assim, um defronte do outro, naquele isolamento de alcova, mais que os dois criminosos do paraíso, no momento do pecado capital. Prenderam-nos ali dentro, para quê? Para uma coisa inconfessável e ridícula, desde que não era naturalmente provocada pelos transportes da nossa mocidade, posta em jogo pelo amor. Não tínhamos palavras um para o outro. Virgílio, todavia, caiu-me aos pés, beijou-me as mãos e agradeceu-me com bonitos termos — aquela felicidade — que lhe era, afinal, concedida, depois de tanto desejada.
Aquela felicidade! mas eu sentia perfeitamente que tudo isso, afirmado por ele nessa ocasião, não era sincero; dizia-o para dizer alguma coisa, para dar qualquer solução àquela cena difícil; e o que eu lhe respondi foi tão falso como o que ele me mentiu. Se eu