amar da mulher, como bem diferentes são as manifestações do amor de cada um.
O homem tem o jogo franco no amor; a mulher tem o jogo encoberto. O homem, desde que ame deveras não pode guardar segredos para a mulher amada; tem, por uma lei congênita à sua própria ternura, de abrir defronte dela o seu coração, de par em par, como uma carteira, que ele todavia para outros trouxesse avaramente oculta e bem fechada; tem de expor-lhe a alma toda nua, e nu todo o seu mais recôndito pensamento. Não lhe esconderá nada do que se passa dentro dele, cavando e desencerrando até às mais íntimas e fundas circunstâncias, ainda mesmo aquelas que possam ser deprimentes do seu caráter, nocivas ao seu amor, e até mesmo desagradáveis e humilhantes para a mulher que as ouve.
O homem, que ama sinceramente, começa logo por contar à sua amada todas as particularidades de sua vida, chegando sempre a ser ridículo pela insistência em despejar aos pés dela todo o seco e frio bagaço do seu passado. Não se esquece do menor episódio; diz-lhe tudo, tudo, tudo! E a mulher suporta