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Página:Livro de uma sogra.djvu/278

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para esconder o rosto, resmungando com azedume alguma coisa, no que senti ferir-me ainda a ponta de uma desconhecida injúria.

— Ora, coitado! pensei, julga-me mal e me não perdoa o mal que me julga... Mais tarde me fará justiça!...

E larguei tudo isso de mão, para só pensar no valor daquele vivo e palpitante ciúme de minha Palmira, tão amada e tão desejada pelo esposo...

Ah! esse espetáculo fazia lembrar-me de que eu, infeliz que fui! nunca tivera tido ciúmes de meu marido!

Há muita gente que diz do ciúme o que os franceses ainda não se lembraram de dizer contra os alemães, e eu mesma estou de acordo em que, na maior parte dos casos, ele nada mais seja do que uma grosseira manifestação do despeito e da vaidade. Mas, quando em vez de vir do orgulho ou do amor-próprio, ele vem objetivamente do nosso terno e vivedouro entusiasmo por certo e determinado ente querido, é uma das mais legítimas expansões do amor. Todo o indivíduo