porque nesse caso marido e mulher já não representam um casal, que se ama e se constitui para procriar, mas tão-somente dois êmulos, ávidos de glória, disparados em carreira, a disputarem o passo um ao outro.
Nessa hipótese, o convênio conjugal desaparece totalmente, sem deixar vestígios. Observe-se para exemplo a vida dos artistas, principalmente cantores e atores, que se casam entre si.
Se a felicidade conjugal fosse coisa possível no casamento como ele é entre nós, o único tipo de esposo, ainda assim capaz de proporcioná-la à mulher, seria o pacóvio que lá para trás ficou etiquetado com o rótulo de "Bom marido", ou então, o que infelizmente deve ser muito difícil de acontecer, quando a mulher, por uma feliz intuição do seu destino, fizesse do próprio esposo o seu amante e tomasse corajosamente, não à sua direita, mas à sua esquerda, a posição subalterna de uma amiga apaixonada.
A estatura moral da mulher em relação ao seu homem deve ser como a sua estatura física — ela não deve ficar-lhe nunca abaixo do coração, nem tão alto que chegue a nivelar