sem lábios, e sem voz, e sem mãos, senão para a divina prece; sem olhos senão para as estrelas confidentes do seu enlevo. E ela — não! a mulher desde o seu primeiro amor de donzela, já é a mulher, já é a carne, já é o pecado. Menos dominada pela poesia ideal, volta-se mais para o paraíso dos céus. Não vê no homem desejado e amado um ídolo venerando, mas nele vê o senhor e dono de todo seu ser.
O ideal existe sempre, apenas o dela é mais natural e humano.
O homem, na puberdade, ama só com o espírito; a manifestação do seu amor é um transbordamento de resíduos de leituras romanescas e reminiscências poéticas. O seu primeiro amor nunca aproveita para a geração. É muito raro, é raríssimo, encontrar um homem que constituísse casal com o seu primeiro amor; em geral todo o pai, todo o chefe de família, tem, guarda, e conserva, depois do casamento, escondidos aos olhos da mãe de seus filhos, a saudade e culto daquela a quem ele consagrou, na puberdade, as poéticas e suspirosas primícias do seu coração. E a virgem, essa ama logo com todo o seu ser, com