enfastiar-se do seu companheiro, quando este já não preenche, como homem, os requisitos de sedução, que no seu mister procriador a natureza exige em benefício do filho.
Esta última razão é um dos pontos capitais da insignificância do casamento como ele está instituído. O encanto, que namora, que aproxima dois indivíduos de sexo oposto, empenhados inconscientemente na formação de um novo ser, é coisa muito mais importante do que parece à primeira vista.
Para que o filho saia um ente perfeito — forte, inteligente e belo — é indispensável que venha em conseqüência de um perfeito amor. A natureza, sempre amiga e previdente prepara o terreno para os amantes que têm de pagar o delicioso tributo da reprodução — dá à juventude os atrativos da beleza e a sedução da força e da inocência, como dá à flor o brilhante matiz, a frescura e o perfume, com que ela chama o trêfego inseto condutor do pólen. Mas, quando assim não seja, quando mulher ou homem não tenha algum deles verdadeiros atrativos e reais encantos, o amor, isto é, o instinto da conservação da espécie, substitui no espírito do outro,