PEIXOTO - Veremos.
GOMES - Enquanto conservei uma esperança, pedi-lhe que tivesse paciência. Hoje nada espero; nada peço.
PEIXOTO - Que fez do ordenado?
GOMES - Descontei-o seis meses adiantados para viver.
PEIXOTO - A sua mobília?
GOMES - Já não é minha. A pessoa que a comprou deixou-me alugada; e como não lhe tenho pago os aluguéis, vem buscá-la amanhã.
PEIXOTO - E os escravos que possuía?
GOMES - O último saiu desta casa sob o pretexto de ir para a Misericórdia, a fim de que minha filha ignorasse... Foi penhorado!
PEIXOTO - Mas há pouco, vi aqui uma mulata.
GOMES - Era talvez a escrava do meu vizinho do segundo andar.
PEIXOTO - Ah! É verdade. Conheço-a! Do Sr. Jorge?
GOMES - Sim, senhor.
PEIXOTO - Assim, nada lhe resta?