planeou o poeta uni poema, que deixou pronto, embora sem as íntimas correções, segundo se diz.
Ouvi um canto do Evangelho nas Selvas, e imagino por ele o que serão os outros. O assunto era vasto, elevado, poético; tinha muito por onde seduzir a imaginação do autor das Vozes da América. A figura de Anchieta, a Paixão de Jesus, a vida selvagem e a natureza brasileiras, tais eram os elementos com que ele tinha de lutar e que devia forçosamente vencer, porque iam todos com a feição do seu talento, com a poética ternura de seu coração. Ele soube escolher o assunto, ou antes o assunto impôs-se-lhe com todos os seus atrativos.
O Evangelho nas Selvas será certamente a obra capital de Varela; virá colocar-se entre outros filhos da mesma família, o Uruguai e Os Timbiras, iras, entre os Tamoios e o Caramuru.
A literatura brasileira é uma realidade e os talentos como o do nosso poeta o irão mostrando a cada geração nova, servindo ao mesmo tempo de estímulo e exemplo. A mocidade atual, tão cheia de talento e legítima ambição, deve pôr os olhos nos modelos que nos vão deixando os eleitos da glória, como aquele era, da glória e do infortúnio, tanta vez unidos na mesma cabeça. A herança que lhe cabe é grande, e grave a responsabilidade. Acresce que a poesia brasileira