confirma as comoções da felicidade. Se o país é infeliz, é também bom que ouça cantar, porque a música adoça as dores. Se o país é dócil, é bom que ouça música, para nunca se lembrar de ser rebelde. Se o país é rebelde, é bom que ouça música, porque a música adormece os furores e produz a brandura. Em todos os casos a música é útil. Deve ser até um meio do governo.
SILVEIRA - Não contesto nenhuma dessas razões; mas meu primo, se for efetivamente ministro, não aceitará semelhante proposta.
AGAPITO - Deve aceitar; mais ainda, se és meu amigo, deves interceder pelo Sr. Müller.
SILVEIRA - Por que?
AGAPITO (baixo, a Silveira) - Filho, eu namoro a prima-dona! (Alto) Se me perguntarem quem é a prima-dona, não saberei responder; é um anjo e um diabo; é a mulher que resume as duas naturezas, mas a mulher perfeita, completa, única. Que olhos! que porte! que donaire! que pé! que voz!
SILVEIRA - Também a voz?
AGAPITO - Nela não há primeiros ou últimos merecimentos.