VALENTIM - Tem razão. Não devo parecer outra coisa a seus olhos! O que sou eu para V. Excia.? Um ente vulgar, uma fácil conquista que V. Excia. entretêm, ora animando, ora repelindo, sem deixar nunca conceber esperanças fundadas e duradouras. O meu coração virgem deixou-se arrastar. Hoje, se quisesse arrancar de mim este amor, era preciso arrancar com ele a vida. Oh! não ria, que é assim!
VALENTIM - Por que motivo havia de me ouvir com interesse?
CARLOTA - Não é por ter a alma seca; é por não acreditar nisso.
VALENTIM - Não acredita?
CARLOTA - Não.
VALENTIM (esperançoso) - E se acreditasse?
CARLOTA (com indiferença) - Se acreditasse, acreditava!
VALENTIM - Oh! é cruel!