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com Pauí-Pódole e seu compadre o vagalume Camaiuá. E Pauí-Pódole era o Pai do Mutum. Estava trepado no galho alto da acapú, descansando. Vai, o cunhado do feiticeiro voltou prá maloca e falou pra companheira dele que tinha topado com Pauí-Podole e seu compadre Camaiuá. E o Pai do Mutum com seu compadre num tempo muito de dantes já foram gente que nem nós mesmos. O homem falou mais que bem que tinha querido matar Paui-Podole com a sarabatana porém não alcancara o poleiro alto do Pai do Mutum na acapú. E então pegou na frexa de pracuüba com ponta de taboca e foi pescar carataís. Logo Camā-Pabimque chegou na maloca do cunhado e falou:

— Mana, o que foi que vosso companheiro falou pra você?

Então a mana contou tudo pro feiticeiro e que Pauí-Podole estava empoleirado na acapú com seu compadre o vagalume Camaiuá. No outro dia manhãzinha Camã-Pabimque saiu do papiri dele e achou Paui-Pódole piando na acapú. Então o catimboseiro virou na tocandeira Ilague e foi subindo pelo pau mas o Pai do Mutum enxergou a formigona e soprou um pio forte. Bateu um ventarrão tamanho que o feiticeiro despencou do pau, caindo nos carurus da serrapilheira. Então virou na tacuri Opalá menorzinha e foi subindo outra feita porém Pauí-Pódole tornou a enxergar a formiga. Soprou e veio um ventinho brisando que sacudiu Opalá nas trapoerabas da serrapilheira. Então Camã-Pa