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— Taína-Cã é meu! Foi pra mim que êle veio do céu!

— Sai azar! que Taína-Cã falou. Quando eu quis você não quis, pois agora brinque-se!

E trepou na rede com Denaquê. Imaerô desinfeliz suspirou assim:

— Deixe estar jacaré, que a lagoa ha-de secar!...

E saiu gritando pelo mato. Virou na ave araponga que grita amarelo de inveja no quirirí do mato diurno.

Desde então por causa da bondade de Taína-Cã é que carajá come mandioca e milho e possui fumo pra se animar.

Tem mais não.”

O papagaio dormia.

Uma feita janeiro chegado Macunaíma acordou tarde com o pio agourento do tincuã. No entanto era dia feito e a cerração já entrara pro buraco... O heroi tremeu e apalpou o feitiço que trazia no pescoço, um ossinho de piá morto pagão. Procurou o aruaí, desaparecera. Só o galo com a galinha brigando por causa duma aranha derradeira. Fazia um calorão parado tão imenso que se escutava o sininho de vidro dos gafanhotos. Vei, a Sol, escorregava pelo corpo de Macunaíma, fazendo cosquinhas, virada em mão de moça. Era malvadeza da vingarenta só por causa do heroi não ter se amulherado com uma das filhas da luz. A mão de moça vinha e escorregava tão de manso