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tas aplaudem a dominação da prepotencia masculina.

Algumas opiniões, ainda semi-progressivas, aconselhariam aquela plasticidade de vontade, que consegue disciplinar as emoções e os sentimentos, adaptando-os com placida serenidade ás condições que deformam a personalidade para se identificarem com a dos outros, embora d'ai re- sulte só esterilidade e decadencia. Todas estas opiniões estão fóra da verdade. Os prejuizos d'essa lei de obediencia são desumanos, são dissolventes, embora não se percebam.

Ela póde pôr-se em vigor. Mas a depressão moral que origina vai-se reproduzindo em gerações sucessivas.

A causa não se vê, porque se não sabe vêr. Mas existe. Vai de geração em geração criando sêres que são abortos, e revoltas que são desgraças.

Mas acima de todas as leis ficticias, além das forças dogmaticas, ha uma força suprema.

¿Natureza, misterio cosmico, providencia, Deus? Emfim, força que manda, combina, dispõe. E na sua dinamica incessante ela impeliu para outro caminho, que não o da sujeição infecunda, a vida que des-