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A Arte pela arte é uma volupia dos sentidos, que serve apenas uma determinada élite de espiritos cultos. Emquanto que a Arte, realçando ideias de larga emancipação, serve a causa geral da humanidade.

Só assim a Arte atinge um fim simultaneamente divino e humano. Só em tais casos realiza a sublimidade do seu fim, transformando-se em corrente fluida de beleza, constelação fulgurante de luz, perfume rescendente de bondade, arroio limpido de justiça, arco-iris de amor e elo sacrosanto de fraternidade e redenção.

Bem quizera eu ser artista e erudita para fazer da Arte a sugestão da ideia, e da ideia o resplendor da Arte. Não sou uma nem outra coisa. Mas, «nada se perde», dizem ha seculos as verdades bihlicas. Não foi debalde que o destino acumulou a efervescencia de pensamentos n'um cerebro elastico de mais para os crear, e demasiado estreito para os conter. Assim como previdentemente dispoz a circunstancia que interceptou a evolu-