Aos ilustres clinicos, magistrados,
causidicos e demais funcionários
envolvidos neste drama
O célebre escritor francês Jean Maceé, conta esta anedota em um livro muito educativo que se intitula «História de um bocado de pão».
Um poderosíssimo milionário quiz construir um castelo de suntuosidade maravilhosa. Seria a última palavra do conforto, com aquela surpreendente e faustuosa garridice estética de que os orientais possuem o requinte máximo.
A meio da construção deu-se conta de uma grave dificuldade. Não havia água nem possibilidade de obtê-la para o extraordinário consumo da principesca habitação. Apenas uma escassa nascente assegurava um remédio escasso.
Chamados peritos hidráulicos decidiram aproveitar a água dessa nascente, abastecer o palácio, e a mesma água ser de novo filtrada e de novo aproveitada para consumo. Era preciso um modelo de uma bomba que realizasse simultaneamente um movimento de aspiração e de respiração. Era dificil. a empresa.
Foram chamadas legiões de sábios para dar o seu parecer junto dos mais insignes engenheiros. Mas nenhum resolvia o assunto de forma a dar bons resultado. Um dia, já desesperados e desiludidos, abalado o seu prestigio de famosas celebridades, dispunham-se a retirar de vez, humilhados e furiosos.