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Página:Maria Feio - Doida Não (1920).pdf/121

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Justificando o Snr. Dr. Alfredo
da Cunha
 

 

Principiei êste livro atacando na pessoa de um homem ilustre ó prejuízo dos preconceitos decadentes. É justo que acabe por justificar os actos sem desprimor para o individuo.

Não há incoerência nesta dupla apreciação. A dualidade ou a complexidade de cada ser, admite para cada um sua forma de julgamento relativo e especial. A tolerância é o fio da justiça. Ambas devem prevalecer no julgamento profundo, consciencioso e nobre das pessoas, dos seus actos e da origem que os precipita.

E desde que essa origem não é, afinal, da responsabilidade exclusiva dos individuos, fica cada qual restituido á consideração merecida pelos atributos que públicamente o distinguem.

 
 

Uma tése carece sempre de um sólido fundamento. E um sólido fundamento tem de partir de factos positivos. O que torna positivos os factos, são as realidades. E as realidades, revestidas de circunstancias emocionantes, são as que chamam a si as atenções, que fixam os espíritos, que despertam as curiosidades e, emfim, obrigam as massas sociais a pensar e a profundar causas e efeitos.

É difícil fazer interessar o nosso público por coisas profundas e graves. A gente portuguesa agita-se muito e pensa