ções tesouros de sentimento. O semblante carrancudo, o gesto brusco, a palavra hostil e dura, formam o eclipse das expressões afáveis que nada custaria a cultivar.
Mas medra na alma de cada homem um infinito de orgulho e intolerância. A máscara glacial torna-o agreste. Como se enganam todos os que exercem essa espécie de domínio!... Quanto mais nobre é dominar pela brandura e pela fôrça diamantina do coração!
Interrogado um dia um certo filósofo sôbre o que era preciso para ser feliz, respondeu: «Em primeiro lugar, bom humor, em segundo lugar, bom humor, e em terceiro lugar, bom humor». E diz Smille no « Caracter »: «O bom humor robustece a bondade e a virtude; dá vivacidade ao coração e elasticidade ao espírito, é companheira da caridade, alimento da paciència, mãe da sabedoria, e o melhor dos tónicos morais, mentais e fisicos. »
Conheço um caso singular que demonstra bem claramente quanto o homem tem a lucrar impondo-se ás simpatias e ao coração da sociedade e da família pelo bom humor, que se reflecte em agrados de semblante e se desdobra em disposição de jovialidade, de doce e aprazivel calmaria de concórdia.
Passou-se esse caso com um cavalheiro que conheci. Possuia um semblante de traços finos e atraentes quando bem disposto no seu estado real de expansão afectiva e simpática. Mas recebera um legado paterno de rispidez e egoismo que o tornava agressivo e mal humorado frequentemente.