Saltar para o conteúdo

Página:Maria Feio - Doida Não (1920).pdf/24

Wikisource, a biblioteca livre
22

vel e piedosa, consolava-se de que lhos restituissem aqueles a quem mais prodigamente os dispensava. Na fase em que dôres e fel acumulados, e reacções fisiológicas e psiquicas dispõem a paixões dominadoras, consolos dados prodigamente a alguem mais humilde e humildemente retribuidos, produziram um choque de almas que não conhece distancias nem castas, porque se chama amor. E o amor tem só uma lei natural, que é a atracção, sem lei, do proprio amor.

Foi um amor profano desabrochando em filtros de paixão delirante, da pura e evangélica fragrância do amor divino e cristão? Seja o que for, não é uma paixão vulgar, não é um impulso material de instintos genésicos. É um magnetismo de elementos consubstanciando-se e atraindo-se para determinados e ignorados fins.

É filho desse amor e dessa paixão emocionante, expiada em torturas, o amor e a paixão com que busco agitar nas turbas o sentimento da justiça e da verdade, que é um clarão de amor humanitário nestas páginas de protesto.

Chamando-lhe uma radioactividade de ambres humanos para atingir a pureza do divino, talvez se encontre uma de- finição contida nas leis do magnetistno universal.

 
 

Invoquemos, no entanto, a divina palavra de Cristo para julgar um pecado redentor, exclamando: «Aquele que de vós não pecou atire-lhe a primeira pedra».

·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·

Cinjida a essa máxima, confundo as minhas lágrimas de atribulada com as lágrimas de uma vitima de acontecimentos lamentáveis e funestos. E rendo culto público e sincero á bondade que se exprime nos traços fisionómicos de V. Ex.a e