circulo familiar os espinhos da rudeza, e para os extranhos as rosas de cativante galanteria, tem sempre a seu favor um público, tanto maior, quanto mais vastos são os seus recursos argentários e a sua posição preponderante.
O livro «Doida Não!» escripto pela Ré dêste processo, é a prova fulminante da razão que destrói a maior parte dos pretextos invocados para justificar a bárbara punição exercida sobre uma mulher posta em condições que mal lhe permitem defender-se.
Que importa que venham as correntes contrárias, protegidas pela influência do dinheiro, lançar no conteúdo desse livro blasfemias de aviltamento, sarcasmos e dúvidas sobre a verdade das suas afirmações!...
De que serve que essas sofismas pretendam combater o livro, se o livro combate todas as contrarias sofismas?
Já não é possivel destruir o efeito causadu no público em reacções de simpatia pela autora, e de antipatias pelos legisladores da sua tortura. A Verdade palpita nas páginas dêsse livro. Só lhe não sente a sugestão quem estiver eivado de hostilidade.
Ela é tão limpida e tão expontânea, como o lampejar das estrelas cravejando de luz a translucidez etérea do céu.
Diz um prolóquio vulgar: «O papel consente a que se lhe põe». Mas ha outro que diz: «A verdade é como o azeite que anda á tona da água».
E como o azeite é o sangue do macerado fruto da oliveira simbólica, do qual a adivinha popular diz ainda: