risonho e amavel. Sentou-se no lugar principal e fez sinal aos outros para que lhe imitassem o exemplo.
Depois, olhando em roda, dirigiu a palavra a D. Julião que se recusou a falar sem que os mais novos o fizessem, porque não desejava tapar-lhes o caminho, antes se regozijaria se qualquer dêles mostrasse plano digno de aplauso.
Elogiou muito o rei tão nobre e raro procedimento e mais uma vez o conselho, em lugar de ser o que devia, se tornou uma clara defesa de interesses pessoais.
O rei sorria de quando em quando ironicamente. Por fim, vendo a triste figura que os seus conselheiros não se pejavam de fazer, voltou-se para D. Julião.
Este, vendo-se interrogado, ergueu-se e com voz clara e firme, apresentou o projecto da princesa, melhorando-o em tudo que êle sabia que podia ter valor no conceito dos que o escutavam.
Os apoiados choviam de todos os lados. O rei estava radiante. O plano era classificado de soberbo. Sua Majestade seria o unico Grão Cavaleiro do Bem; os outros simplesmente Cavaleiros.
Todos exultaram menos co conselheiro Bártolo Calvino, muito invejoso, cubiçoso e rico, e que se via colocado entre dois fogos: ou perder parte da sua fortuna, ou vêr os outros Cavaleiros sem êle o ser. Queria mostrar-se alegre e não podia: era a burra de Buridan entre os dois feixes de palha. {{no